O dióxido de carbono (CO₂) é frequentemente visto como um subproduto inofensivo da respiração e da indústria, mas a verdade é que ele pode ser um gás tóxico subestimado, especialmente em ambientes confinados.
Surpreendentemente, muitos profissionais de segurança nem sequer consideram o CO₂ como um perigo, mas a verdade é que ignorar os seus riscos pode ter consequências graves.
Tradicionalmente, a monitorização atmosférica tratava o CO₂ como um “asfixiante simples”, ou seja, uma substância que causa sufocação por deslocar o oxigénio. No entanto, essa visão simplista ignora os efeitos diretos do CO₂ no corpo humano, mesmo em concentrações relativamente baixas.
Existem uma série de artigos publicados no nosso BLOG sobre questões relacionadas com gases perigosos e como detetá-los entre outros assuntos associados. Se tem interesse visite a categoria DETEÇÃO DE GASES.
As autoridades de saúde alertam para os perigos do CO₂, listando os seguintes efeitos em diferentes concentrações:
O Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos EUA detalha ainda mais os efeitos de curto prazo:
É crucial notar que a reação ao CO₂ varia de pessoa para pessoa, e os sintomas não são causados apenas pela falta de oxigénio, mas também pela toxicidade do próprio gás.
Em espaços confinados, a relação entre a diminuição do oxigénio (O₂) e o aumento do CO₂ pode ser enganosa. Se o CO₂ for gerado por ação bacteriana, uma concentração de 19,5% de O₂ pode estar associada a 14.000 ppm de CO₂ – um valor já acima do limite de exposição aceitável.
Se a deficiência de oxigénio for causada pela introdução de outro gás (como gelo seco), a situação pode ser ainda mais perigosa. Uma leitura de 19,5% de O₂ pode mascarar uma concentração de CO₂ de 70.000 ppm, uma quantidade que pode causar danos graves à saúde rapidamente.
Por outras palavras: esperar pelo alarme de deficiência de oxigénio pode significar que você já excedeu o limite de exposição tóxica do CO₂.
O CO₂ é classificado como um contaminante tóxico com limites de exposição profissional rigorosos. Os limites mais comuns são:
*8 horas TWA (Média Ponderada no Tempo)
*STEL (Limite de Exposição de Curta Duração) de 15 minutos
Por ser mais pesado que o ar, o CO₂ tende a acumular-se no fundo de espaços confinados ou fechados, criando áreas com concentrações perigosamente altas.
De acordo com o NIOSH, as concentrações de CO₂ acima de 40.000 ppm são consideradas perigosas à vida e à saúde.
A exposição a altas concentrações, como 6% por vários minutos ou 30% por 20-30 segundos, podem causar danos cardíacos permanentes, enquanto as concentrações acima de 10% podem levar à perda de consciência em até 15 minutos.
EFEITOS DO CO₂ INTRODUZIDO NUM ESPAÇO CONFINADO SOBRE A CONCENTRAÇÃO DE OXIGÉNIO NO ESPAÇO
São necessários cerca de 67.000 ppm de CO₂ (6,7 % do volume) para deslocar oxigénio suficiente para que a concentração desça abaixo do 19,5 % do limiar de alarme de deficiência de oxigénio.
Para garantir a segurança em ambientes com risco de aumento de CO₂ ou deficiência de oxigénio é essencial o seguinte:
Monitorizar Ambos os Gases: Utilize sistemas de deteção fixa de gases e monitores de deteção portátil de gases para medir as concentrações de CO₂ e O₂ separadamente.
Educar os Funcionários: Informe sobre os perigos do CO₂ e a importância de reconhecer os sintomas da exposição.
Ventilação Adequada: Garanta uma boa ventilação em espaços confinados para evitar a acumulação de CO₂.
Ao monitorizar de perto os níveis de CO₂ e O₂ e educar os trabalhadores sobre os riscos é possível prevenir acidentes de trabalho e proteger a saúde de todos.
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